Quando o bonde voltou a andar, Ana deixa cair, o pesado saco de tricô. A
rede de tricô desprende-se de suas mãos quebrando os ovos. A fragilidade dos
ovos ao chocar-se com o chão do bonde transcende a sua própria. O medo fez-se
presente nela por significar a queda um momento de desarrumação. Passageiros
recolheram o que ficou espalhado, depois seguiram viagem. A distração era tão
grande, que Ana acabou perdendo o ponto que a faria retornar para casa, por
isso, desceu próximo ao Jardim Botânico. Ficou toda a tarde observando cada
detalhe do local, pássaros, insetos, folhas, flores, terra e vento. Em certo
momento, lembrou-se dos filhos, do marido e do jantar, o que a fez correr.
Assim que chegou, também passou a ver o filho, o marido e a própria casa de maneira diferente, parecia que o amor por todos havia aumentado. Jantaram com amigos e crianças. Depois, Ana e o marido foram dormir.
Assim que chegou, também passou a ver o filho, o marido e a própria casa de maneira diferente, parecia que o amor por todos havia aumentado. Jantaram com amigos e crianças. Depois, Ana e o marido foram dormir.
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Clarice Lispector (1920 - 1977) |
Confira o conto aqui
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